FAQ sobre utilização de XP com Python
Palestra PythonAgil
FAQ TDD
Em 23/04/2007, Adriano Rivolli: 1
> Salve lista.. > Andei procurando no histórico da lista material sobre testes em python > Achei pouca coisa e gostaria de trocar mais informações a respeito.
Legal. Apesar de ter feito coisas sem testes recentemente eu já trabalhei numa empresa que levava isso muito a sério.
> Estou montando uma equipe de desenvolvedores em python para
> desenvolvimento de softwares comerciais e também softwares para
> appliences (ipbx, captive portal, entre outras soluções que a minha
> empresa está para oferecer)
Legal! Quando as coisas estiverem engrenando manda o seu 'case' aqui pra lista. A gente adoraria divulgá-lo.
> Contudo simplesmente sair desenvolvendo feito louco sem nenhum processo
> não é recomendado a ninguém isso nem precisa ser mencionado..
> A questão é ... eu tenho bastante experiência em desenvolver feito louco
> :D e nenhuma experiência relacionado a gerência de projetos, tenho somente frias
> teorias...
É, eu também tinha esse mesmo tipo de problema. Por mais que eu lhe ajude nesse e-mail a única maneira de se aprender a desenvolver usando testes é: fazendo.
E quando a gente está começando a gente tem que ser ainda mais radical do que alguém que já tem prática e desenvolver testes para tudo *e* desenvolver esses testes *antes* de implementar algo.
> Mais vamos lá... comecei a estudar o processo de desenvolvimento XP
> (eXtreme Programming), descobri a ferramenta Trac juntamente com
> Subversion, enfim estou começando a ver o mundo com outros olhos...
Legal. Ver o mundo do software como ele deveria ser: "soft". É bem melhor encarar software como algo que precisa mudar e evoluir o tempo todo do que pensá-lo como uma obra de engenharia e desenhar especificações e planos como se fossem plantas de uma obra de engenharia civil.
> só que comecei a estudar mais afundo o XP e uma de suas principais
> práticas é o desenvolvimento focado em testes.
XP é a abreviação de eXtreme Programming e nesse contexto "eXtreme" significa "radical". Em XP não cabe "meias soluções", ou seja, ou você utiliza as práticas da metodologia radicalmente ou você não estará fazendo XP. Pair Programming é outra prática importante.
Se você não fizer testes ou não fizer Pair Progamming você não estará usando XP.
Se você não pensa em usar XP tente dar uma olhadinha na metodologia chamada Scrum.
Mas se você optar por uma metodologia que não lhe peça para fazer testes tente implantá-los da mesma forma.
> Pelo que vi o Python tem uma API interna o !PyUnit semenlhante ao junit
> que por sua vez eh semelhante a uma do smalltalk isso eu acei no site da
> pythonbrasil, juntamente com um tutorial só que achei ainda meio vago o
> assunto...
Sim, essa API para desenvolvimento de testes unitários foi criada pelo próprio Kent Beck, criador da metodologia XP, em Smalltalk e depois disso em Java.
O PyUnit já faz parte da biblioteca padrão do Python, ou seja, você não precisa instalar nada para usá-la.
Além do PyUnit a linguagem Python disponibiliza o doctest que permite que você faça documentação e teste da sua aplicação de uma única vez.
Fora esses dois existem ferramentas auxiliares muito interessantes para testes que estão disponíveis livremente na Internet:
- nose
O princípio de funcionamento é semelhante ao do PyUnit, a diferença é que você não precisa configurar nada pra usar o nose. Basta criar arquivos cujos nomes comecem com "test_" e métodos, funções e classes que tenham o nome iniciado por "test_", "Test", etc. que o nose irá encontrar automaticamente. O nose faz parte do framework TurboGears.
- Com o coverage você pode encontrar trechos de código que não foram executados no seu código depois que você executa os testes. Se você executou todos os seus testes e existem linhas que nunca foram executadas no seu código pode-se presumir que: 1 - você não tem testes suficientes ou 2 - aquela linha de código está sobrando.
> Deste modo:
> -- O que o pessoal experiente e que trabalha em equipe acha sobre fazer
> esses testes
Fundamental
> -- Como tratar testes com inserção, exclusão e outras coisas de banco de
> dados
Na empresa onde eu trabalhei a gente tinha um sistema de ORM (mapeamento objeto relacional) integrado ao sistema de testes. Isso não é trivial de se fazer mas é superútil. Com esse sistema você podia executar o teste até o momento em que ele falhava e depois ia voltando o estado dos objetos até achar onde existia um problema.
Isso é o céu. Mas já é possível fazer testes com bancos de dados de maneira mais simples.
O PyUnit (jUnit, etc.) executa o metodo .setUp() antes de executar cada teste e depois de executá-lo ele roda o .tearDown().
Então você pode usar um banco de dados com suporte a transações (ou à transactions e sub-transactions) e colocar um "begin transaction" dentro do .setUp() e um "rollback" no .tearDown().
Aí é só deixar o banco de dados limpo (vazio *mesmo*) e rodar os testes. Cada teste deverá criar os objetos necessários para a avaliação. Quando o teste passa (ou falha) o "rollback" vai entregar o banco de dados limpo para o seu próximo teste que irá repetir o processo.
Com o tempo isso pode se tornar muito lento, então é bom já ir pensando num sistema mais bem elaborado como o que eu conheci.
Esse sistema usa sub-transactions para implementar uma espécie de sistema de "versioning" para os objetos. Desta forma é possivel executar "rollback" até o ponto em que o próximo teste precisa que o banco de dados esteja.
> -- Existe algum framework que serve tanto pra desenvolvimento web e desktop
> (um dos motivos de eu até agora ter evitado os mais conhecidos [Zope,
> Plone, turbogears, django, etc...]
Veja, a forma de trabalhar uma aplicação Web e uma aplicação standalone é muito diferente e isso faz com que seja muito difícil fazer um bom framework que sirva *bem* para as duas situações.
Nesses casos eu iria preferir usar partes desses frameworks. Por exemplo:
Para mapeamento Objeto-Relacional (ORM) - o SQLAlchemy pode ser usado tranquilamente no TurboGears para Web e em uma aplicação standalone.
- Zope3 ou Twisted Componentes
- Para desenvolvimento baseado em componentes.
Uma solução mais 'híbrida' também é possível. Você desenvolveria uma aplicação Web mas disponibilizaria uma interface à la Webservices para uma aplicação standalone.
> -- Qual a melhor arquitetura a se adotar para esse tipo de
> desenvolvimento
Eu, o Osvaldo, não gosto muito de aplicações não-web. Acho que as coisas deveriam estar todas na Internet.
> -- O que o pessoal tem a dizer sobre o XP
Eu sou suspeito para falar. Gosto muito, mas sei que é difícil de usar porque são poucas pessoas que aceitam o seu radicalismo.
Essas pessoas têm experimentado um pouco de Scrum.
> Bom eu sei que ficou algo muito abrangente é que minhas dúvidas são tantas
> que qualquer colaboração e referências sobre melhoria de processos e
> projetos é bem vinda.. principalmente nesta semana que preciso definir
> uma maneira e metodologia de trabalho e seguir em frente.. agradeço a
> todos e anciosamente aguardo as opniões e contribuições valeu...
O legal dos e-mails abrangentes é que eles permitem respostas abrangentes que ficarão como referência para perguntas futuras. Sejam elas abrangentes ou específicas.
Valeu, Osvaldo