PythonInstantaneo

por: Magnus Lie Hetland
tradução: WanderleiAntonioCavassin

Este é um curso intensivo mínimo para a linguagem de programação Python. Para aprender mais, veja a documentação no site www.python.org; especialmente o tutorial. Se você está se perguntando porque deveria se interessar, veja esta comparação entre o Python e outras linguagens.

Esta introdução tem recebido elogios de leitores satisfeitos, e está sendo traduzida para vários idiomas, entre os quais russo, norueguês, português (esta página!) e espanhol. A versão original, em inglês, está aqui.

O básico

Para começar, pense em Python como sendo pseudo-código. Isto é quase uma verdade. Variáveis não têm tipos, assim você não precisa declará-las. Elas são criadas quando você lhes atribui um valor, e são destruídas quando não forem mais usadas. A atribuição é feita pelo operador =. A igualdade é testada com o operador ==. Você pode atribuir mais de uma variável ao mesmo tempo:

   1 x,y,z = 1,2,3

ou um, dois, tres = 1, 2, 3

   1 a = b = 123

Os blocos são indicados somente pela indentação (nada de BEGIN/END ou chaves). Algumas estruturas de controle são:

   1 if x < 5 or (x > 10 and x < 20):
   2     print "O valor está correto."
   3 if x < 5 or 10 < x < 20:
   4     print "O valor está correto."
   5 for i in [1,2,3,4,5]:
   6     print "Esta é a iteração número", i
   7 x = 10
   8 while x >= 0:
   9     print "x ainda não é negativo."
  10     x = x - 1

Os primeiros dois exemplos são equivalentes.

A variável de índice no laço for varia de acordo com os elementos de uma lista (escrita como no exemplo). Para fazer um laço for comum (isto é, um laço de contagem), use a função embutida range().

   1 # Mostra os valores de 0 a 99 inclusive.
   2 for valor in range(100):
   3     print valor

(A linha começando por "#" é um comentário, sendo ignorada pelo interpretador.)

Vejamos: agora você já sabe o suficiente (em teoria) para implementar qualquer algoritmo em Python. Vamos incluir alguma interação básica com o usuário. Para obter dados do usuário (a partir de um prompt texto), use a função embutida input().

   1 x = input("Por favor digite um número: ")
   2 print "O quadrado desse número é", x*x

A função input() mostra o texto dado (o qual pode ser vazio) e deixa o usuário entrar qualquer valor válido em Python. Neste caso nós estamos esperando um número - se alguma outra coisa (como uma string) for fornecida, o programa poderá falhar. Para evitar isto nós devemos implementar alguma checagem de erro. Eu não vou entrar em detalhes aqui; é suficiente dizer que se você deseja receber o dado do usuário, literalmente como uma string (assim qualquer coisa pode ser fornecida), use a função raw_input(). Se você deseja converter uma string s para um inteiro, você poderia usar int(s).

Nota: Se o usuário deseja fornecer uma string com input(), ele deverá escrever as aspas explicitamente. Em Python, as strings podem ser delimitadas com aspas simples ou duplas.

Assim, já que temos estruturas de controle, entrada e saída - agora nós precisamos de algumas estruturas de dados. As mais importantes são as listas e os dicionários. As listas são escritas com colchetes, e podem ser (naturalmente) aninhadas:

   1 nome = ["Cleese", "John"]
   2 x = [[1,2,3],[y,z],[[[]]]]

Uma das coisas mais interessantes sobre as listas é que os seus elementos podem ser acessados separadamente ou em grupos, através de indexação e corte em fatias. A indexação é feita (como em muitas outras linguagens) pela colocação do índice entre os colchetes (Note que o primeiro elemento tem índice 0).

   1 print nome[1], nome[0] # Mostra "John Cleese"
   2 nome[0] = "Smith"

O corte em fatias é parecido com a indexação, indicando-se os índices inicial e final separados por dois pontos (":")

   1 x = ["spam","spam","spam","spam","spam","eggs","and","spam"]
   2 print x[5:7] # Mostra a lista ["eggs","and"]

Observe que o índice final não se inclui no resultado. Se um dos índices é omitido, assume-se que você deseja todos os elementos na direção correspondente. Por exemplo, lista[:3] significa "cada elemento desde o início da lista até o elemento 3, este não incluído." (Poderia-se dizer na verdade que vai até o elemento 4, desde que a contagem inicia do 0... Oh, tudo bem) list[3:] significaria, por outro lado, "cada elemento da lista, começando do elemento 3 (inclusive) até o último inclusive." Para outros resultados bem interessantes, você pode usar números negativos também: list[-3] é o terceiro elemento desde o final da lista...

Já que estamos falando de indexação, é interessante saber que a função embutida len() fornece o tamanho de uma lista (em número de elementos).

E agora, o que há sobre os dicionários? Para ser breve, eles são como listas, mas o seu conteúdo não está ordenado. Como você os indexa então? Bem, cada elemento tem uma chave, ou um "nome" que é usado para buscar o elemento tal qual um dicionário de verdade. Eis dois dicionários como exemplo:

   1 { "Alice" : 23452532, "Boris" : 252336,
   2   "Clarice" : 2352525, "Doris" : 23624643}
   3 pessoa = { 'nome': "Robin", 'sobrenome': "Hood",
   4            'ocupação': "Ladrão" }

Agora, para obter a ocupação da pessoa, nós usamos a expressão pessoa["ocupação"]. Se nós desejarmos alterar o seu sobrenome, nos poderíamos escrever:

   1 pessoa['sobrenome'] = "de Locksley"

Simples, não? Como as listas, os dicionários podem armazenar outros dicionários. Ou listas, que já conhecemos. E naturalmente listas podem armazenar dicionários também. Desta forma, você pode conseguir estruturas de dados bastante avançadas.

Funções

Próximo passo: Abstração. Queremos dar um nome a um pedaço de código, e chamá-lo com um parâmetro. Em outras palavras - nós queremos definir uma função (ou "procedimento"). Isto é fácil. Use a palavra-chave def assim:

   1 def quadrado(x):
   2     return x*x
   3 print quadrado(2) # Mostra 4

Para os que podem entender: Quando você passa um parâmetro à uma função, você vincula o parâmetro ao valor (passado), criando, portanto, uma nova referência. Se você mudar o "conteúdo" deste parâmetro não afetará o original. Funciona como em Java, por exemplo. Vamos dar uma olhada em um exemplo:

   1 def mudar(lista_qualquer):
   2     lista_qualquer[1] = 4
   3 x = [1,2,3]
   4 mudar(x)
   5 print x # Mostra [1,4,3]

Como você pode ver, a lista original é que foi passada, e se a função mudá-la, essas mudanças serão refletidas para o local de onde a função foi chamada. Note, entretanto, o comportamento no seguinte exemplo:

   1 def naoMudar(x):
   2     x = 0
   3 y = 1
   4 naoMudar(y)
   5 print y # Mostra 1

Por que não há mudança agora? Porque nós não mudamos o valor! O valor passado é o número 1 -- nós não podemos mudar um número do mesmo modo que mudamos uma lista. O número 1 é (e sempre será) o número 1. O que nós realmente fizemos foi mudar o conteúdo da variável local (parâmetro x), e isto não afetará o ambiente (fora da função).

Para os que não entenderam: Não se preocupem com isso :)

Python tem muitas coisas "legais" como argumentos com nome e argumentos com valor padrão, podendo manipular um número variável de argumentos para uma função. Para mais informações sobre isto, veja a seção 4.7 do tutorial de Python.

Se você sabe como usar funções em geral, isto é basicamente o que você precisa saber sobre elas em Python. (Ah, sim... A palavra-chave return termina a execução da função e retorna o valor dado.)

Uma coisa que é útil saber, entretanto, é que as função são valores em Python. Assim se você tem uma função como quadrado, você pode fazer alguma coisa assim:

   1 figura = quadrado
   2 figura(2) # Mostra 4

Para chamar uma função sem argumentos você deve lembrar de escrever func() e não func. A segunda forma, como mostrado, somente retorna a própria função, como um valor. (Isto ocorre com os métodos dos objetos também... Veja abaixo.)

Objetos e coisas...

Eu suponho que você saiba como funciona a programação orientada a objetos. (De outra forma, esta seção não faria muito sentido. Sem problemas... Comece a brincar sem os objetos :).) Em Python você define classes com a palavra-chave (surpresa!) class, assim:

   1 class Cesta:
   2     # Lembre-se sempre do argumento *self*
   3     def __init__(self,conteudo=None):
   4         self.conteudo = conteudo or []
   5     def adicione(self,elemento):
   6         self.conteudo.append(elemento)
   7     def mostre_me(self):
   8         result = ""
   9         for elemento in self.conteudo:
  10             resultado = resultado + " " + `elemento`
  11         print "Contém: "+resultado

Coisas novas aqui:

  1. Todos os métodos (funções dentro de um objeto) recebem um argumento adicional no início da lista de argumentos, contendo o próprio objeto. (Chamado self neste exemplo, por convenção.)
  2. Métodos são chamados assim: objeto.método(arg1, arg2).

  3. Alguns nomes de métodos, como __init__ são pré-definidos, e têm significado especial. __init__ é o nome do construtor da classe, isto é, esta é a função que é chamada quando você cria uma instância.

  4. Alguns argumentos podem ser opcionais e ter um valor padrão (como mencionado acima, na seção sobre funções). Isto é feito escrevendo-se a definição desta forma:

   1 def spam(idade=32): # ...

Nenhum método ou variável membro é protegido (nem privado, nem nada parecido) em Python. Encapsulação é na maioria das vezes um estilo de programação. (Se você realmente precisar, existem convenções para nomes de variáveis, que permitem alguma privacidade :)).

E agora, sobre a lógica de curto-circuito...

Todos os valores em Python podem ser usados como valores lógicos. Alguns dos mais "vazios", tais como [], 0, "" e None representam o valor lógico "falso", enquanto o resto dos valores (como [0], 1 ou "Olá Mundo" representam o valor lógico "verdadeiro".

Assim, expressões lógicas como a and b são avaliadas deste modo: Primeiro, verifique se a é verdadeiro. Se não, então simplesmente retorne-o. Se sim, então simplesmente retorne b (o que irá representar o valor lógico da expressão.). A lógica correspondente para a or b é: se a é verdadeiro, então retorne-o, Se não é, então retorne b.

Este mecanismo faz com que and e or se comportem como os operadores booleanos que implementam, mas eles também permitem escrever expressões condicionais muito curiosas. Por exemplo, o código

   1 if a:
   2     print a
   3 else:
   4     print b

Poderia ser substituído por:

   1 print a or b

Na verdade, isto já é alguma coisa do idioma Python, assim é melhor você ir se acostumando. Isto é o que foi feito no método Cesta.__init__. O argumento conteudo tem um valor padrão None (o que é, entre outras coisas, falso). Portanto, para verificar se ele tem um valor, nós poderíamos escrever:

   1 if conteudo:
   2     self.conteudo = conteudo
   3 else:
   4     self.conteudo = []

É claro, agora você sabe como fazer de uma forma melhor. E por que nós não demos o valor padrão [] no começo? Porque da maneira como o Python funciona, isto daria a todas as Cestas a mesma lista vazia como valor padrão. Tão logo uma das listas começasse a ser preenchida, todas as outras teriam os mesmo elementos, e o padrão não seria mais vazio... Para aprender mais sobre isto você deveria ler a documentação e procurar a diferença entre identidade e igualdade.

Outra forma de fazer o anterior é:

   1 def __init__(self, conteudo=[]):
   2     self.conteudo = conteudo[:]

Você pode adivinhar como isto funciona? Ao invés de usar a mesma lista vazia para todos, nós usamos a expressão conteudo[:] para fazer uma cópia (Usamos uma fatia que contém a lista toda.)

Assim, para fazer uma Cesta e usá-la (isto é. para chamar alguns dos seus métodos) nós devemos fazer algo assim:

   1 b = Cesta(['maçã','laranja'])
   2 b.adicione("limão")
   3 b.mostre_me()

Há outros métodos mágicos além do __init__. Um desses métodos é __str__ que define como o objeto será conhecido quando for tratado como uma string. Nós poderíamos usar este método ao invés de mostre_me():

   1 def __str__(self):
   2     result = ""
   3     for elemento in self.conteudo:
   4         resultado = resultado + " " + str(elemento)
   5     return "Contém: "+resultado

Agora, se nós desejamos mostrar a cesta b, nós usaríamos simplesmente:

   1 print b

Legal, não acha?

Subclasses são feitas assim:

   1 class CestaSpam(Cesta):
   2     # ...

Python permite herança múltipla, assim você pode ter várias superclasses entre parênteses, separadas por vírgulas. Classes são instanciadas assim: x = Cesta(). Construtores são implementados, como disse, com a definição de uma função membro especial __init__. Digamos que CestaSpam tem um construtor __init__(self,tipo). Então você poderia fazer uma cesta spam assim: y = CestaSpam("maças").

Se você, no construtor de CestaSpam precisar chamar o construtor de uma ou mais superclasses, você poderia chamá-los desta forma: Cesta.__init__(self). Note que além dos parâmetros comuns, você deve fornecer explicitamente o self, já que a superclasse __init__ não sabe qual instância está tratando.

Para saber mais sobre as maravilhas da programação orientada a objeto em Python, veja seção 9 do tutorial de Python.

Um truque mental de Jedi

(Esta seção está aqui porque eu acho que ela é muito interessante. Definitivamente esta seção não é necessária para começar a aprender Python.)

Você gosta de exercícios mentais? Então, se você é realmente ousado, você gostará de ver o ensaio do GuidoVanRossum sobre metaclasses. Se, entretanto, você prefere não explodir sua mente, irá igualmente satisfazer-se com este pequeno truque.

Python usa espaços de nomes dinâmicos (não léxicos). Isto quer dizer que se há uma função como esta:

   1 def suco_laranja():
   2     return x*2

... onde uma variável (neste caso x) não está ligada a um argumento e não é dado um valor dentro da função, Python usará o valor que ela tiver onde e quando a função for chamada. Neste caso:

   1 x = 3
   2 y = suco_laranja()
   3 # y agora é 6
   4 x=1
   5 y = suco_laranja()
   6 # y agora é 2

Normalmente este é o tipo de comportamento esperado (apesar do exemplo ser um pouco rebuscado - raramente acessamos variáveis desta forma.) Entretanto, algumas vezes pode ser útil ter um espaço de nomes estático, ou seja, armazenar alguns valores do ambiente em que a função é criada. A maneira de fazer isto em Python é por meio dos argumentos padrão.

   1 x = 4
   2 def suco_maca(x=x):
   3     return x*2

Aqui, ao argumento x é atribuído o valor padrão que é o mesmo valor da variável x quando a função é definida. Assim, se nenhum valor é fornecido como argumento para a função, ela irá funcionar assim:

   1 x = 3
   2 y = suco_maca():
   3 # y agora é 8
   4 x = 1
   5 y = suco_maca():
   6 # y agora é 8

Assim - o valor de x não é alterado. Se isto era tudo que nós queríamos, poderíamos simplesmente ter escrito

   1 def suco_tomate():
   2     x = 4
   3     return x*2

ou mesmo

   1 def suco_cenoura():
   2     return 8

Entretanto, o ponto é que o valor de x é obtido do ambiente quando a função é definida. O quanto isto é útil? Vejamos um exemplo: uma função composta.

Nós queremos uma função que funcione assim:

   1 from math import sin, cos
   2 sincos = componha(sin,cos)
   3 x = sincos(3)

Onde componha é a função que queremos fazer, e x tem o valor -0.836021861538, que é o mesmo que sin(cos(3)). Agora, como faremos isto?

(Note que nós estamos usando funções como argumentos... Este é o próprio truque.)

Claramente, componha toma duas funções como parâmetros, e retorna uma função que por sua vez recebe um parâmetro. Assim, um esqueleto da solução seria:

   1 def componha(fun1, fun2):
   2     def interior(x):
   3         pass # ...
   4     return interior

Nós poderíamos tentar return fun1(fun2(x)) dentro da da função interior e deixá-lo tal qual. Não, não, não. Isto teria um comportamento muito estranho. Imagine o seguinte cenário:

   1 from math import sin, cos
   2 def fun1(x):
   3     return x + " mundo!"
   4 def fun2(x):
   5     return "Olá,"
   6 sincos = componha(sin,cos)  # Usando a versão incorreta
   7 x = sincos(3)

Agora, qual valor x terá? Resposta: "Olá, mundo!". Por que isto? Porque quando é chamada, ela toma o valor de fun1 e fun2 do ambiente, não aqueles de quando foi criada. Para conseguir a solução correta, tudo que teremos que fazer é usar a técnica descrita anteriormente:

   1 def componha(fun1, fun2):
   2     def interior(x, fun1=fun1, fun2=fun2):
   3         return fun1(fun2(x))
   4     return interior

Agora nós só temos que esperar que ninguém forneça mais de um argumento à função resultante, pois isto quebraria os esquemas :). E, a propósito, já que nós não precisamos do nome interior, e esta função contém somente uma expressão, nós podemos usar uma função anônima, usando a palavra-chave lambda:

   1 def componha(f1, f2):
   2     return lambda x, f1=f1, f2=f2: f1(f2(x))

Sucinto, porém claro. Você tem que gostar :)

(E se você não entendeu nada, não se preocupe. Pelo menos eu espero tê-lo convencido que Python é muito mais do que "uma linguagem para scripts"... :-))

E agora...

Só umas coisinhas para terminar. A maioria das funções e classes mais úteis são colocadas em módulos, os quais são na verdade arquivos-texto contendo código Python. Você pode importá-los e usá-los em seus programas. Por exemplo, para usar o método split do módulo padrão string, você pode ter estas duas formas:

   1 import string
   2 x = string.split(y)

Ou...

   1 from string import split
   2 x = split(y)

Para mais informações sobre a biblioteca de módulos padrão, de uma olhada em www.python.org/doc/lib. Contém muitos módulos úteis.

Todo o código em um módulo/script se executa quando é importado. Se você quer que o seu programa seja tanto um módulo importável quanto um programa executável, você pode adicionar alguma coisa parecida com isto no final do programa:

   1 if __name__ == "__main__":
   2     executar()

Esta é uma forma mágica de dizer que se este módulo esta sendo executado como um script executável (isto é, que não está sendo importado por outro script), então a função executar deve ser chamada. E é claro, você poderia fazer qualquer coisa após os dois pontos... :)

E para aqueles que desejam fazer um script UN*X executável, escreva isto como primeira linha do arquivo:

   1 #!/usr/bin/env python

Finalmente, uma breve menção de um conceito importante: Exceções. Algumas operações (como divisão por zero ou ler de um arquivo não-existente) produzem condições de erro ou exceções. Você pode até criar suas próprias exceções e lançá-las em momentos adequados.

Se nada é feito para tratar a exceção, seu programa termina e mostra uma mensagem de erro. Você pode evitar isto com uma construção try/except. Por exemplo:

   1 def divisao_segura(a,b):
   2     try:
   3         return a/b
   4     except ZeroDivisionError:
   5         return None

ZeroDivisionError é uma exceção padrão. Neste caso, você poderia ter verificado se b era zero, mas em muitos casos, esta estratégia não é viável. Além disso, se não tivermos a cláusula try em divisao_segura, e dessa forma tornando arriscada a sua chamada, nós poderíamos ainda fazer alguma coisa assim:

   1 try:
   2     divisao_insegura(a,b)
   3 except ZeroDivisionError:
   4     print "Foi tentada uma divisão por zero em divisao_insegura"

Nos casos onde normalmente não haveriam problemas específicos, mas eles poderiam ocorrer, o uso de exceções evita tediosos testes, etc.

Bem - era isto. Espero que você tenha aprendido alguma coisa. Agora pode ir brincar. E lembre-se do lema do aprendizado em Python: "Use os fontes, Lucas." (Tradução: leia todo código fonte a que você tiver acesso :-)) Para começar, aqui está um exemplo. É o conhecido algoritmo QuickSort, de Hoare. Uma versão com a sintaxe destacada em cores está aqui.

Vale a pena mencionar uma coisa sobre este exemplo. A variável done controla se partition foi finalizada, ou não, na busca entre os elementos. Assim quando um dos dois laços internos querem terminar a sequência de trocas, eles atribuem 1 à variável done e interrompem-se a si próprios com break. Por que os laços internos usam done? Porque, quando o primeiro laço interno finaliza com um break, o laço seguinte só será executado se done não estiver com o valor 1:

   1 while not done:
   2     while not done:
   3         # Repete-se até ocorrer um break
   4     while not done:
   5         # Só executado se o primeiro não atribuir 1 para "done"

Uma versão equivalente, possivelmente mais clara, mas em minha opinião menos elegante que a anterior poderia ser:

   1 while not done:
   2     while 1:
   3         # Repete-se até ocorrer um break
   4     if not done:
   5         while 1:
   6             # Só executado se o primeiro não atribuir 1 para "done"

A única razão para eu usar a variável done no primeiro laço foi porque eu preferi manter a simetria entre os dois laços. Desta forma poderia ser invertida a ordem e mesmo assim o algoritmo funcionaria.

Mais alguns exemplos podem ser encontrados na página tidbit de Joe Strout.

PythonInstantaneo (editada pela última vez em 2008-09-26 14:05:51 por localhost)